sexta-feira, 20 de abril de 2007
Graciano: de fiscal do consumo à arte refinada
Dono de uma das melhores técnicas, e muralista extraordinário, Clóvis Graciano trabalhou como pintor de postes e de tabuletas para Estrada de Ferro Sorocabana.
Mostra reúne cerca de 40 obras - desenhos, nanquim sobre papel e bico de pena, guache, crayon, monotipia, óleo sobre papel, sobre tela e sobre madeira e têmpera sobre madeira -, produzidas entre 1936 e 1976, é a celebração dos 100 do pintor. Graciano nasceu na cidade de Araras - SP, em 29 de janeiro de 1907. Pintor, desenhista, cenógrafo, gravador e ilustrador. Muda-se para capital em 1934. Até então praticava desenho como autodidata mas, após contato com o pintor Candido Portinari passa a freqüentar o ateliê de Waldemar da Costa (1904-1982) e a cursar desenho na Escola Paulista de Belas Artes. Em 1937, instala-se no Palacete Santa Helena integrando o Grupo Santa Helena, com Francisco Rebolo {1902-1980 }, Mário Zanini [1907-1971] e Bonadei {1906 - 1974} {Volpi} entre outros. Membro da Família Artística Paulista, em 1939 é eleito presidente do grupo. Participa regularmente dos Salões do Sindicato dos Artistas Plásticos e em 1941 realiza sua primeira individual. Já em 1987, ilustra o romance "Terras do Sem Fim ", de Jorge Amado [1912 - 2001].
Perfil profissional
Entre 1936 a 1938 freqüenta como aluno livre, o curso de desenho da Escola Paulista de Belas Artes. No ano de 1927 - em Conchas SP - Emprega-se na Estrada de Ferro Sorocabana, onde pinta postes e tabuletas para a ferrovia. Em 1932 participa da Revolução Constitucionalista, em SP. Trabalha de 1934 a 1944 como fiscal do consumo, dividindo seu tempo entre esse emprego e a pintura. Em 1942 - O seu primeiro prêmio veio no concurso de desenho promovido pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e em 1947 Ilustra mais obra de Dorival Caymmi, "Cancioneiro da Bahia ". No mesmo ano recebeu o primeiro prêmio no concurso de cenários e vestimentas teatrais, promovido pelo Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda. Após vencer mais um prêmio,{1949} do Salão Nacional de Belas Artes, viaja para Paris, onde estuda pintura mural e gravura. A partir dos anos 50 dedica-se à pintura mural. Executa o mural Armistício de Iperoig, na Faap {1962}; o painel Operário, na Avenida Moreira Guimarães {1979}, e os murais na Avenida Paulista e no edifício do Diário Popular, e mais "Civilização Paulista" na Avenida Ruben Berta entre outros. Foi presidente da Comissão Estadual de Artes Plásticas e do Conselho Estadual de Cultura, 1971. Clóvis Graciano faleceu na capital paulista em 29 de junho de 1988. Não ganhou muitas exposições postumas, mas estréia uma das mais completas mostras sobre o artista no Espaço Cultural BM&F.
EXPOSIÇÃO:
A mostra ‘Centenário de Clóvis Graciano' no Espaço Cultural BM&F, em homenagem aos cem anos de nascimento do artista, e reúne cerca de 40 obras - desenhos, nanquim sobre papel e bico de pena, guache, crayon, monotipia, óleo sobre papel, sobre tela e sobre madeira e têmpera sobre madeira -, produzidas entre 1936 e 1976, entre as quais o grande painel A Banda, óleo sobre tela de 1961, medindo 1,48m x 5,97m; Banda, óleo sobre tela de 1966; e Dança Ritual, óleo sobre madeira de 1950. A curadoria é de Maria Helena Prudêncio, responsável pelo Projeto Clóvis Graciano, de catalogação das obras do artista. Além das obras, tem objetos pessoais e fotos.
Serviço
Espaço Cultural BM&F [ Entrada franca]
Praça Antonio Prado, 48 - Centro / São Paulo
De 18 / 04 a 22 / 06 de 2007
Fone (11) 3119-2404
De segunda-feira a sexta-feira, das 10h00 às 18h00
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