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sexta-feira, 20 de abril de 2007

A Casa do Sol

Localizada em Campinas, interior paulista, a lendária chácara onde a escritora paulista Hilda Hilst viveu por quase 40 anos, visitantes são recebidos por latidos de cachorros.

Construída em terreno de 12 mil metros quadrados, e a Casa Rosada mede quase 700 m2, com muitas árvores -- e um total de 40 cães que, recepcionam os vivitantes na Casa do Sol, agora poderá ter dias melhores. Em pauta, um projeto de 500 mil reais para restauro e revitalização da chácara foi apresentado para cerca de 80 empresários e patrocinadores. O projeto tem obras previstas como, um teatro de arena que comportará 80 pessoas e uma biblioteca. A casa sofre com outros males e, por isso, se faz necessária descupinização do teto e de muitos móveis. Porém, afirmam os envolvidos de que trata-se de mais um centro de estudos, e não de um museu. Ou seja, será o que sempre foi, explica o escritor José Luis Fuentes, amigo de Hilda e herdeiro da Casa do Sol e dos direitos autorais da escritora. Na verdade, este sempre foi o sonho de Hilst, transformar sua moradia em um centro cultural. O local sempre funcionou como um ponto de encontro para escritores e intelectuais nos anos 1970 e 1980, recebendo visitas de pessoas como Lygia Fagundes Telles, e do teatrológo Antunes Filho. O local é todo emblemático. Para mantér o clima de suspense bem ao estilo de Hilst, cerca de 200 fitas estão guardadas na casa, da época em que ela passou captando vozes enigmáticas, do além, com gravadores espalhadados pelo terreno, nos anos 1970, essa sua fase ficou conhecida por sua dedicação à metafísica e ao estudo das almas. Também tem um pátio interno, onde os moradores tomavam seus longos cafés da manhã, além da outra parte emblemática da casa que é a figueira com um balanço, mesa e cadeiras de pedra.

Perfil

Hilda Hilst tem 40 livros publicados e, que a transformaram em uma das escritoras mais importantes em língua portuguesa. Ela iniciou sua vida literária na poesia, com os livros "Presságio" (1950) e "Balada de Alzira" (1951). Na década de 1970, investiu em peças de teatro e chegou à ficção com "Fluxo-Floema", em 1970. Tentou popularizar seu trabalho com a polêmica trilogia pornográfica iniciada com "O Caderno Rosa de Lori Lamby" (1990). Também escreveu muitas crônicas e colecionou fãs do calibre de Carlos Drummond de Andrade, que lhe dedicou um poema em 1952.
Nos últimos anos de sua vida, Hilda Hilst recebeu poucas visitas, apenas de amigos mais íntimos. É possível conhecer a casa através de agendamento, porém, o acesso não é dos mais fáceis.
A Casa do Sol, embora sem luxo algum, é a primeira do condomínio, a poucos metros da Rodovia Campinas-Mogi Mirim, cerca de 20 minutos do centro de Campinas.

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