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sexta-feira, 5 de maio de 2006

Pimenta Neves é condenado a 19 anos de prisão

IBIÚNA (SP) - O jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, 69 anos, foi condenado a 19 anos, 2 meses e 12 dias de prisão, em regime fechado, pelo assassinato de sua ex-namorada Sandra Gomide, no dia 20 de agosto de 2000. A sentença foi conhecida às 17h desta sexta-feira (5/5), após mais de 34 horas de julgamento, realizado no Tribunal do Júri de Ibiúna, e cinco anos, oito meses e 15 dias depois do crime.Antes de os jurados se reunirem, no início da tarde desta sexta-feira, defesa e acusação realizaram os últimos debates, em sigilo, devido ao fato de os autos conterem peças que estão sob segredo de justiça. Somente o juiz, os jurados e as partes permaneceram na sala. O pai de Sandra, João Gomide, disse achar "uma vergonha" a decretação do sigilo sobre o debate, porque sua família queria acompanhas as discussões. "Não sei se será feita justiça.

O julgamento só demorou quase seis anos para acontecer porque o jornalista tem mais dinheiro do que sua família."A minha mulher me culpa porque eu não fiquei com a minha filha no dia do crime. Saí do haras às 14h, e ele a assassinou às 16h. Ele estava premeditando há muito tempo. Por que não a assassinou enquanto eu estava por perto?", disse João Gomide, ao ser interrogado. "Seis anos esperando só porque ele tem dinheiro e eu não tenho. Ela era a melhor coisa que eu tinha na vida. Fiquei arrasado, passei a não acreditar em nada." João Gomide disse ainda que o jornalista chegou a agredir Sandra e que maltratava os funcionários do haras em que tinha cavalos. "Ele se sentia o próprio governador.

O Pimenta Neves começou às 9h20 de quarta-feira,3, e o primeiro dia foi tomado pela leitura dos autos do processo, de 11 volumes, prosseguindo até as 23h. A advogada de Pimenta Neves não abriu mão da leitura, apesar dos insistentes pedidos do promotor Horta Filho para que o andamento do júri pudesse ser acelerado.À noite, o próprio juiz Diego Mendes fazia a leitura dos autos, após ter dispensado o oficial de justiça, exausto, por volta das 20h. Por alguns minutos, por volta das 17h40, um dos jurados chegou a cochilar. Ele abaixou a cabeça e fechou os olhos, levantando o pescoço de repente, assustado, após um burburinho da platéia de 40 pessoas, entre jornalistas, familiares e curiosos que acompanham o júri em Ibiúna.

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