Filme 'Beto Rockefeller'

Com base na telenovela 'Beto Rockefeller' exibida na TV Tupi, em 1968, o personagem criado por Cassiano Gabus Mendes, escrito por Bráulio Pedroso, colocou o ator Luiz Gustavo na rota dos atores populares da época. Dois anos depois do sucesso retumbante na TV, os produtores cinematográficos viram que tinham um nicho também. 

São poucos os que se recordam da versão cinematográfica de "Beto Rockfeller", filme de 1970, com direção de Olivier Perroy produzido pela Cinedistri, uma das empresas de Osvaldo Massaini. As aventuras de um rapaz (na verdade a personagem era um palhaço) de classe-baixa, morador de Pinheiros, que sempre dava um jeito de frequentar a alta sociedade paulistana sem ter um tostão no bolso, não teve a mesma repercussão que a versão televisiva.

Na novela Luiz Gustavo (Beto Rockfeller) leva ao delírio  as mentes do soçaite aliado a uma cobiça sem limites, desenvolve sua farsante personalidade com mérito também no cinema. Mas, não teve o retorno esperado. Rockfeller, tem certeza que nasceu para ser rico, para brilhar, velejar, esquiar etc. Mas, vive numa dureza danada. Ele quer subir a badalada rua Augusta em seu carrão.  Para manter as aparências, ele gasta o pouco que tem na chique Boutique Parafernália, onde deixa mais uma mulher a seus pés. 

A  ' Vítima'' é a personagem da bela atriz Samantha Eggar.  "Beto Rockefeller" faz tudo para se dar bem, principalmente, encontrar uma milionária para lhe bancar. Samantha Eggars, com quem marca um encontro no litoral paulista, é a chance que Beto precisa para conquistar fortuna. Portanto, aluga um luxuoso carrão (coisa de cinema onde um duro aluga carrão), mune-se de um motorista pessoal, no caso Vitório (Plínio Marcos), que na verdade é um amigo mecânico que, também é contagiado pelo vírus de Rockefeller, e vislumbra dias melhores para si também, assim não mais se sujar de graxa.  Fácil, a milionária sede aos caprichos de Beto que, joga o amigo para escanteio, furta uma pranchinha de criança e, a nado chega ao barco da pretendente.  

Clodovil e Dener

Nunca se tinha visto os dois costureiros, Clodovil e Denner tão juntinhos. Enfeitiçado pelas belas madamas trajando a grife dos dois mais badalados costureiros do país, Beto, investe tudo para sair da miséria naquele dia, na Enseada do Guarujá.  Bem explorado poéticamente e em aventuras, Massaini coloca mais adrenalina na película com uma corrida automobilística Guarujá-São Paulo. Uma sucessão pré-romances onde Ele, Beto, conquista a filha, a madrasta e mãe ( interpretada por Cleyde Yáconis).

O clima começa a pesar quando as três entram em agressões corporais para ver quem fica com o amor do Don Juan dos pobres. A película tenta, de algum modo, mostrar que a malandragem não compensa, e faz Beto se dar mal. Um elenco mediano, mas com bom desempenho cênico incluía: Marilda pedroso, Otelo zeloni, Paulo Villaça e participações especiais de Walmor Chagas, Raul Cortez e Clodovil Hernandez. (Francisco Martins).