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terça-feira, 13 de março de 2007

Masp: arte e arqitetura


Muito são os rumores sobre formas de obterem obras para o museu, o que gerou muitas críticas aos fundadores Chateaubriand e Bardi,[foto Bardi e busto de Chateaubriand]

O museu é uma instituição particular sem fins lucrativos e foi fundado na cidade de São Paulo, em 1947, pelo empresário e jornalista Assis Chateaubriand (1892 - 1968), proprietário dos Diários Associados. Aliado ao crítico de arte, marchand e antiquário italiano Pietro Maria Bardi (1900 - 1999), seu diretor desde a data de sua fundação até 1990. Os dois formam a mais importante coleção de arte européia da América Latina. O processo de aquisição de obras dá-se principalmente entre 1947 e 1960. Ao Bardi, ex-proprietário de galerias em Milão e Roma, coube a tarefa de procurar e selecionar as obras que deveriam ser compradas nas mais conceituadas galerias européias e norte-americanas. Chateaubriand se responsabilizaria por encontrar doadores e mecenas engajados em sua causa de ter no Brasil um museu de renome internacional. Muita obras foram conseguidas de forma muitas vezes criticáveis. A coleção, notabilizada pelo conjunto de pinturas italianas do século XIII ao XIX e pela coleção de arte francesa, a mais extensa do museu, tendo como destaque os impressionistas e pós-impressionistas. Após os primeiros anos de aquisição, o Masp aumenta seu acervo somente com doações espontâneas de artistas e particulares. Nos três primeiros anos de existencia, o museu funcionaria em uma sala de 1.000 metros quadrados na rua 7 de Abril, sede dos Diários Associados.

Projeto museográfico

O projeto museográfico ficou por conta da arquiteta italiana Lina Bo Bardi (1914 - 1992), que se casaria com Bradi. A instituição abre sua portas dividido em quatro ambientes: pinacoteca, sala de exposição didática sobre a história da arte mundial, com pranchas repletas de reproduções, documentos, textos e fotografias colocados em duas folhas de vidro e sustentados por tubos de alumínio, nos quais os visitantes podiam acompanhar uma síntese do desenvolvimento da arte; sala de exposições temporárias e auditório. Essa divisão reflete sua vocação de museu gerador de conhecimento e cultura, oposta à idéia de museu como simples depositório de obras de arte. No ano de 1950, o museu passa a ocupar quatro andares do mesmo edifício, um local bem planejado. Já de 1953 a 1957, é realizada turnê internacional com o acervo principal do Masp, que é elogiado e amplamente visitado em países como França, Alemanha, Bélgica, Inglaterra, Itália e Estados Unidos. Em 1958 Lina Bo Bardi realiza projeto do edifício atual, da avenida Paulista, sede do museu, e foi inaugurado em 1968, e contou com com a presença da rainha Elizabeth II, da Inglaterra. O projeto bem audacioso com estrutura de concreto e vidro, cujo corpo principal é sustentado por duas estruturas laterais sobre um vão livre de 74 metros. O prédio do Masp torna-se um marco da arquitetura moderna brasileira, e um símbolos arquitetônicos da cidade de São Paulo. Já no que diz respeito à museografia, Lina Bo Bardi inova também, ao utilizar lâminas de cristal temperado amparadas por um bloco de concreto aparente como base para as pinturas. A intenção é imitar a posição do quadro no cavalete do artista em seu ateliê. Essas bases, que atualmente não são mais utilizadas, traziam no verso dos quadros pranchas com informações sobre o pintor e a obra.

Obras nacionais e estrangeiras

Além do vasto acervo de pintura estrangeira, o Masp possui também uma seção de arte nacional cujo célula são as obras de Candido Portinari (1903 - 1962), da coleção pessoal de Assis Chateaubriand. As esculturas comparecem em número menor, sobressaindo o conjunto de 73 bronzes do impressionista Edgar Degas (1834 - 1917). Há conjuntos de arte africana e asiática, de gravuras - obras de Francisco de Goya (1746 - 1828) e Max Beckmann (1884 - 1950) -, de desenhos - Debret (1768 - 1848), Tarsila do Amaral (1886 - 1973), Flávio de Carvalho (1899 - 1973) -, de cerâmica e peças arqueológicas. Mas o destaque é a coleção de pinturas, com obras de: Andrea Mantegna (ca.1431 - 1506), Rafael (1483 - 1520), Ticiano (ca.1488 - 1576), Jacopo Tintoretto (1519 - 1594), Hieronymus Bosch (ca.1450 - 1516), El Greco (1541 - 1614), Diego Velázquez (1599 - 1660), Hans Holbein (ca.1497 - 1543), Goya, Claude Monet (1840 - 1926), Jean-Baptiste-Siméon Chardin (1699 - 1779), Peter Paul Rubens (1577 - 1640), Anthony van Dyck (1599 - 1641), Nicolas Poussin (1594 - 1665), Jean-Auguste-Dominique Ingres (1780 - 1867), Eugène Delacroix (1798 - 1863), Gustave Courbert (1819 - 1877), Eduard Manet (1832 - 1883), Jean-Baptiste-Camille Corot (1796 - 1875), Henri Matisse (1869 - 1954), Pablo Picasso (1881 - 1973), Amedeo Modigliani (1884 - 1920), Vincent van Gogh (1853 - 1890), Paul Gauguin (1848 - 1903), Pierre Auguste Renoir (1841 - 1919), Joseph Mallord William Tuner (1775 - 1851), John Constable (1776 - 1837), e outros. [Francisco Martins]

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