quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Jornalistas são pagos para aplaudir Lula
"Cafezinho dos jornalistas" custa até R$ 12.000; famosos e bem empregados eles faturam uma grana extra para aplaudir discursos de Lula.
Seria hilariante se não fosse decadente o modo como se comporta a maioria dos jornalistas "profissionais" que cobrem o dia-a-dia do Palácio do Planalto; os discursos do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Cada um recebe até R$ 12.000 para aplaudir discursos ou frases de efeito citadas pelo presidente Lula. Os valores são definidos por importância do veículo de comunicação e do profissional. O estilo não é único e muito menos novo, mas o governo que aí está é o que mais se utiliza deste expediente. Segundo fontes, o suposto esquema foi idealizado por José Dirceu, e, um diretor da CUT - Central Única dos Trabalhadores - foi convidado para explicar do que se tratava, mas o diretor declinou do convite. Mas, foi aprovado pelo ex-Secretário de Comunicação Luiz Gushiken. O cafezinho dos jornalistas, como é conhecido, continua na gestão de Franklin Martins, Secretário de Comunicação Social. O secretário particular do presidente seria a ponte de ligação e o encarregado de apresentar aos jornalistas os trechos do discurso pelos quais Lula gostaria de receber salva de palmas dos jornalistas ou risos de regozijo, de aprovação, o que demonstraria inteligência de Lula. Os parágrafos onde há mais interferência de Lula do que da Assessoria de Imprensa do Palácio do Planalto são os indicados para os aplausos. "Isso dá mais segurança ao presidente Lula que até o ano de 2006 não se sentia seguro para dar entrevista para uma platéia tão exigente, no caso os jornalistas ", afirmou um funcionário do Protocolo. Na mais recente incursão filosófica de Lula, que arrancou aplausos dos presentes foi uma tentaiva de copiar o compositor e cantor baiano, Raul Seixas "Eu prefiro ser essa matamofose ambulante", quando anunciaria recursos para o ministério da saúde.
Tem de aparecer batendo palmas
Não é tão simples assim receber o pagamento. O recebimento do cachê depende da avaliação eletrônica. Uma gravação do evento é requisitada pelo assessor particular de Lula que analisará todo o conteúdo e em câmara lenta vai identificando quem bateu palmas ou não. Basta assistir os telejornais para se perceber que lá estão jornalistas das principais emissoras do País, e suposta claque paga de Lula entre os quais estão "profissionais' da Rede Globo, Rede Record, Band, RedeTV!. A partir da identificação o profissional ou um laranja indicado por ele será contactado, primeiramente, para avisar que o recebimento está garantido. Ou seja, ele bateu palmas direitinho. O pagamento é sempre feito em dinheiro, em espécie para não deixar vestígios, suspeitas. Segundo o funcionário do Protocolo "não houve nenhuma resistência por parte dos profissionais de imprensa". Jornalistas aqui em Brasília fazem quase que um leilão para levar notícias dos partidos ao ar. Quem paga mais vê sua notícia no ar, denuncia funcionário. Não se pode precisar o que levaria profissionais bem remunerados agirem de tal forma; traindo suas convicções, aquilo no que acredita. Traindo a população um dos princípios básicos do jornalismo. Sempre, na história da comunicacão, de Howard Hughes ao mais longícuo rincão político houve uma relação excusa entre o poder e a imprensa. Mas, o que surpreende é que os jornalistas assumem papéis indígnos que macula toda uma categoria. Como ainda há previsão de mais dois discursos de Lula, o Papai Noel dos "coleguinhas" será mão aberta. O acordo vale somente para profissionais de televisão, não se sabe de algum suposto esquema semelhante no Planalto que envolva profissionais da mídia escrita. Talvez porque alguém bem mais inspirado do que Lula já disse "A palavra escrita permanece" [Provérbio latino que faz referência aos escritos em pedras e monumentos romanos contando de suas conquistas].
# Até o fechamento desta matéria, 03 de dezembro 2007, um total de seis e-mails foram enviados. Dois através do site da Fenaj {Federação Nacional dos Jornalistas}, e não foram respondidos. E outros dois foram encaminhados ao deputado Milton Monti e ao senador Romero Jucá respectivamente, e também não houve manifestação. FONTE: [Fale conosco: agenciafm@gmail.com ]
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