Moema,1866, de Vitor Meirelles. Óleo sobre tela. Inspirado em trecho do livro "Caramuru". |
Estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro até os dez anos, partindo no ano seguinte para a Europa, onde se tornaria padre agostiniano. Doutorou-se em Filosofia e Teologia pela Universidade de Coimbra, em Portugal, onde se tornou professor de Teologia. Durante o governo de seu inimigo Pombal, foi perseguido e abandonou o país. Trabalhou em Roma como bibliotecário durante mais de vinte anos até a queda de Pombal. Voltando a Portugal, dedicou-se principalmente à redação de Caramuru, publicado em 1781.
Santa Rita Durão foi homenageado em uma rua que começa na avenida do Contorno, na Savassi, e vai até um dos lados do Palácio da Liberdade, no bairro Funcionários, em Belo Horizonte. Sua principal obra, Caramuru, é importante na literatura brasileira e inspirou filmes como “Caramuru, a invenção do Brasil”, lançado em 2001. Poema Caramuru é um tributo ao Brasil, tem dez cantos que inclui dados sobre natureza e índios brasileiros.
Trecho de Caramuru em que é narrada a morte da índia Moema: Canto VI
XLI
Enfim, tens coração de ver-me aflita,
Flutuar moribunda entre estas ondas;
Nem o passado amor teu peito incita
A um ai somente com que aos meus respondas!
Bárbaro, se esta fé teu peito irrita,
(Disse, vendo-o fugir), ah não te escondas!
Dispara sobre mim teu cruel raio..."
E indo a dizer o mais, cai num desmaio.
XLII
Perde o lume dos olhos, pasma e treme,
Pálida a cor, o aspecto moribundo;
Com mão já sem vigor, soltando o leme,
Entre as salsas escumas desce ao fundo.
Mas na onda do mar, que irado freme,
Tornando a aparecer desde o profundo,
- Ah! Diogo cruel! - disse com mágoa,
E, sem mais vista ser, sorveu-se n’água.
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