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terça-feira, 19 de julho de 2016

Conheça a vida e a obra do escritor Santa Rita Durão


Moema,1866, de Vitor Meirelles. Óleo sobre tela.
Inspirado em trecho do livro "Caramuru".
Você sabia que a rua Santa Rita Durão, em Belo Horizonte, MG,  homenageia um homem, e não uma mulher? Frei José de Santa Rita Durão (Cata Preta, 1722 — Lisboa, 1784), nasceu nas proximidades de Mariana, interior de MG, e foi um religioso, orador e poeta conhecido por seu poema épico, Caramuru, primeira obra narrativa sobre índios do Brasil.

 Estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro até os dez anos, partindo no ano seguinte para a Europa, onde se tornaria padre agostiniano. Doutorou-se em Filosofia e Teologia pela Universidade de Coimbra, em Portugal, onde se tornou professor de Teologia. Durante o governo de seu inimigo Pombal, foi perseguido e abandonou o país. Trabalhou em Roma como bibliotecário durante mais de vinte anos até a queda de Pombal. Voltando a Portugal, dedicou-se principalmente à redação de Caramuru, publicado em 1781.

Santa Rita Durão foi homenageado em uma rua que começa na avenida do Contorno, na Savassi, e vai até um dos lados do Palácio da Liberdade, no bairro Funcionários, em Belo Horizonte. Sua principal obra, Caramuru, é importante na literatura brasileira e inspirou filmes como “Caramuru, a invenção do Brasil”, lançado em 2001. Poema Caramuru é um tributo ao Brasil, tem dez cantos que inclui dados sobre natureza e índios brasileiros.  

 Trecho de Caramuru em que é narrada a morte da índia Moema: Canto VI
XLI

Enfim, tens coração de ver-me aflita,
Flutuar moribunda entre estas ondas;
Nem o passado amor teu peito incita
A um ai somente com que aos meus respondas!
Bárbaro, se esta fé teu peito irrita,
(Disse, vendo-o fugir), ah não te escondas!
Dispara sobre mim teu cruel raio..."
E indo a dizer o mais, cai num desmaio.

XLII

Perde o lume dos olhos, pasma e treme,
Pálida a cor, o aspecto moribundo;
Com mão já sem vigor, soltando o leme,
Entre as salsas escumas desce ao fundo.
Mas na onda do mar, que irado freme,
Tornando a aparecer desde o profundo,
- Ah! Diogo cruel! - disse com mágoa,


E, sem mais vista ser, sorveu-se n’água.

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