Páginas

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Parentes não, diz STF

Supremo Tribunal Federal diz não para parentes de terceiro grau de senador e de deputado federal. Mas o troco vem a caminho.

O Supremo Tribunal Federal decidiu que a partir de sexta-feira,22, o parlamentar praticante do nepotismo, que emprega parentes de até terceiro grau, terá de demiti-lo. A medida mexeu com os parlamentares que já se movimentam para burlar a medida do STF. O presidente do senado, Garibaldi Alves [foto], confessou ter apenas um sobrinho sob sua tutela, mas cuidará de sua saída. É um duro golpe no bolso dos parlamentares que teem nos parentes mais uma fonte de renda. Cada parente empregado gera para o parlamentar receita financeira e mantém currais eleitorais. Funciona assim; vereadores, deputados e senadores pagam x para um parente, mas este tem que deixar y de comissão para o parlamentar. Do salário restante, o parente ofertará uma porcentagem para uma outra pessoa indicada pelo parlamentar, como cabo eleitora etc. Claro que existe exceção tanto entre os parlamentares quantos parentes competentes. Mas via de regra, a incompetência impera. O que funciona é mesmo o cabide de emprego.


Cotas

Alguns deputados federais não perderam tempo e acharam no sistema de cotas criada para estudantes da raça negra ingressarem na faculdade, e agora é a inspiração máxima para o parlamento burlar o nepotismo. Porém, as alternativas não findam por aí não. Vem chumbo grosso por parte dos senadores e dos parlamentares. Uma medida escandalosa vem sendo negociada entre empresários da iniciativa privada e os organismos públicos envolvidos. O troca-troca está sendo chamado de 'intercâmbio', e tem no bojo de sua proposta algo nefasto. Os parlamentares não assumem a paternidade do contra-ataque, mas que ventila pelos corredores do parlamento desde a tarde de quinta-feira,21, ventila sim.


Prostituição

Para cada político que assume uma cadeira, seja na vereança, estado, federal ou senado, ambos teem por trás uma empresa patrocinadora. E serão estas as parceiras que os parlamentares foram buscar em contrapartida à decisão do STF. Os parentes demitidos pelos senadores e deputados federais serão 'absorvidos', recolocados nas empresas privadas atendendo solicitação dos nobres políticos. Por sua vez, as empresas privadas indicarão pessoas ou funcionários de sua confiança que passarão a trabalhar com os parlamentares. Ou seja, uma prostituição velada, mas na verdade já existe, apenas será mais utilizada.


Vale ressaltar que o nepotismo existe no País há séculos. No primeiro documento oficial do país, a carta de Pero Vaz de Caminha, já constava uma solicitação de emprego ao rei para um seu parente. Influentes politicos da época tracavam favores e empregavam suas amantes na maquina pública. [Foto: http://www.blogdodiogenes.com.br/ ]

Nenhum comentário: