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segunda-feira, 11 de junho de 2007

NOVE DE JULHO: ORGULHO DOS PAULISTAS


O 9 de Julho foi instituído como feriado estadual em março de 1997, a partir da lei 9.497 promulgada pelo governador Mário Covas. Na verdade, não é o orgulho de ter pego em armas, mas a convicção de que contribuiu para melhorias no País.

Todo dia 9 de julho, São Paulo relembra a data, que em 2007 completou 77 anos da Revolução Constitucionalista de 1932. A população sempre comparece ao Mausoléu do Soldado Constitucionalista no Parque do Ibirapuera - para prestigiar o desfile militar e homenagear ex-combatentes -, esteve em contato com um importante momento da história do povo paulista e do País. O 9 de julho de 1932 representa um marco na história de São Paulo e do Brasil. A Revolução Constitucionalista representou o inconformismo de São Paulo contra a ditadura do então presidente Getúlio Vargas e custou a vida de mais de 830 soldados do lado paulista e cerca de 400 aliados do governo. São Paulo não ganhou o combate mas as conquistas obtidas dois anos depois foram fundamentais para o País: em maio de 1933 foram marcadas as eleições para a Assembléia Constituinte. Em 1934, Getúlio Vargas promulga a Constituição Brasileira, o povo passa a ter direito ao voto, inclusive as mulheres, que até então eram excluídas. A importância de se passar em revista este fato histórico e propagá-lo para as novas gerações. As gerações mais novas não conheceram a revolução de 32. Esta data faz crescer o sentimento cívico, em se ressaltar os valores e princípios que nortearam a revolução. O Mausoléu em homenagem aos soldados é todo construído de forma ä lembrá-lo: nove degraus, salas etc.


Veteranos do nove de Julho:

Entre veteranos e pensionistas, atualmente 6.092 pessoas recebem benefícios do Estado em decorrência da Revolução de 1932. Um dos ex-combatentes da Revolução, Olegário Cravinhos de Paula e Silva,, disse que ele e toda sua família participaram ativamente da revolução fazendo capacetes de aço e na frente do combate, também. “Sinto saudades. Foi um momento muito importante de minha vida”, afirmou Cravinhos. Existem menos de 200 ex-combatentes vivos. Na época da Revolução, o número de combatentes chegou a 30 mil, dos quais 8 mil pertenciam à Força Pública, 14 mil eram civis que entraram em combate e outros 8 mil, entre homens e mulheres, atuaram na logística, e meninos corriam a cidade em busca de materiais para fabricação de armas.Do desfile militar sempre participam: Marinha, Exército, Força Aérea Brasileira e várias unidades da Polícia Militar, como cadetes da Academia do Barro Branco, Batalhão de Choque, Polícia Ambiental, Grupo de Ações Táticas Especiais, Regimento de Cavalaria Nove de Julho, Grupo Tático Ostensivo Rodoviário, Rota, Corpo de Bombeiros, entre outras.

Datas:

Em 25 de janeiro de 32, em comício na Sé, oradores exigiam a volta do País ao estado constitucional. O promotor público Ibrahim de Almeida Nobre, em seu discurso, lança a revolução. 24 de fevereiro, 32 entidades participam do comício da Liga Paulista-Pró Constituinte. 23 de maio - morrem Miragaia, Martins, Dráuzio, Camargo e Alvarenga, atingidos por disparos de tropas governamentais. 10 de julho: Pedro de Toledo é aclamado governador de São Paulo. 23 de julho, Carlos Nazareth transmite, via rádio, o Manifesto à Nação. 3 de agosto foi Criada a Campanha do Capacete de Aço. 9 de agosto Lançada a Campanha do Ouro para o Bem de São Paulo. 14 de setembro, o General Klinger propõe paz a Getúlio Vargas. 23 de setembro acaba a Revolução. Outubro: Líderes e personalidades envolvidas no conflito partem para o exílio em Portugal. Anistiados, voltam ao Brasil no mesmo ano. Em 1934 é promulgada a nova Constituição. * Reportagem publicada no Jornal São Paulo Centro em julho de 2003] [Francisco Martins]

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