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terça-feira, 19 de junho de 2007

Dino Nery fala sobre Núbia Lafayete


Idenilde da Costa Araújo: Núbia Lafayete faleceu vítima de um Acidente Vascular Cerebral mesmo depois de passar por uma cirurgia, segunda-feira dia 18 de junho aos 70 anos.

Segundo parentes, a cantora encontrava-se internada desde o dia 25 de maio no Hospital de Clínicas de Niterói, na região metropolitana do Rio. O hospital informou que, a cantora já havia sofrido um primeiro derrame em março, mas reagiu bem. Idenilde da Costa Araújo, nome verdadeiro de Núbia Lafayete, nasceu no dia 21 de janeiro de 1937, em Açu, Natal, Rio Grande do Norte. Ela representou muito para a música romântica brasileira, sua voz ecoava pelos quatro cantos do País nas décadas de 60 e 70. Muito jovem ainda [ 3 anos] mudou-se para o rio de Janeiro onde se apresentou em programas infantil, aos 8 anos. A cantora galgou glórias e consagração como uma das maiores cantoras românticas do Brasil, e ficou conhecida pelo seu estilo de interpretação e pelas canções de grandes nomes da MPB como, Ângela Maria, Nora Ney, Clara Nunes e Dalva de Oliveira.

No início da adolescência, imitava Vicente Celestino e Dalva de Oliveira fazendo do cabo da vassoura um microfone. Idenilde Araújo começou sua carreira no fim dos anos 50, com o nome artístico de Nilde Araújo. Apresentou-se em programas de calouros, foi crooner da boate Cave e fez sua estréia cantando com o ídolo Dalva de Oliveira. Chegou gravar discos com o pseudônimo de Nilde Araújo, assumindo-se Núbia Lafayette em 1960, por sugestão do compositor Adelino Moreira. 

Foi ele quem apresentou Núbia à gravadora RCA e encontrou nela a intérprete ideal para suas músicas. O primeiro disco continha o sucesso ‘‘Devolvi’’ de público e rádios de todo o País. Núbia considerava Nelson Gonçalves também sua fonte de inspiração musical masculina. Muitos de seus fãs chegaram a considerá-la de o ‘‘Nelson Gonçalves de saia’’. E foram muitas as canções sucessos na voz de Nelson, regravadas por ela, exemplo como ‘Argumento’ - , ‘A volta do boêmio’ ambas de Adelino Moreira e ‘Fica comigo esta noite’ (Nelson Gonçalves/Adelino Moreira). Canções como o bolero ‘Seria tão diferente’, ‘Prece à lua’ e ‘Solidão’, tiveram êxitos em sua voz.

Já nos anos 1970, ela tem uma segunda fase na sua carreira e, Núbia volta às paradas com ‘Casa e Comida’, de Rossini Pinto, gravado em 1972, e era uma espécie de hino das mulheres mal casadas, e desprezadas pelo maridos. Ela não se rendeu aos modismos, sempre se manteve fiel ao romantismo, as mágoas e a traição, tema corriqueiro às suas canções. Ela não se limitou a gravar as dores de cotovelo escritas por Adelino Moreira, também gravou outros como o gaúcho Lupcínio Rodrigues, Herivelto Martins, Raul Sampaio, Jair Amorim, Evaldo Gouveia, dentre outros. Assumidamente, são vários os cantores e cantoras de sucessos atuais que se inspiraram em Núbia por exemplo Alcione, Fafá de Belém, Elymar Santos. 

Fãs, ah, isso ela tinha às pencas e dentre os quais Cauby Peixoto, Waldick Soriano, Cláudia Barroso, querem mais? Precisa. Dentre os fãs tietes de carteirinhas, alguns puderam dividir o microfone com sua diva Núbia em gravações pra lá de emocionadas, Gonzaguinha, Nelson Gonçalves, Elymar Santos, Waldick Soriano, Noite Ilustrada, Trio Irakitam e Alcione. No dia 9, Núbia esteve no Nordeste se apresentando num show realizado em Recife em comemoração ao Dia das Mães. Em Natal, ela participou recentemente de serenatas, shows no Violão de Ouro e de um festival em Macau. Atualmente a cantora residia na cidade de Maricá, na Região dos Lagos, Rio de Janeiro, onde administrava o Centro Gastronômico Núbia Lafayete [Dino Nery/Francisco Martins]

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