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sexta-feira, 23 de março de 2007

Morre cineasta Ozualdo Candeias


EM TEMPO: O cineasta morreu aos 88 anos, de insuficiência respiratória, no Hospital Brigadeiro, em São Paulo.

Candeias estreiou em onga metragem com "A Margem", de 1967, é considerado o marco zero da corrente que ficaria conhecida como Cinema Marginal. O ex-caminhoneiro Candeias era tido como um artista primitivo e genial, embora fosse repudiado por ele esse tipo de classificação. Em seu filme de estréia, mostrava a convivência penosa de personagens anônimos perambulando e viajando de barco nas regiões próximas ao Rio Pinheiros, em São Paulo. A fotografia em preto e branco assinada em parte pelo próprio Candeias, que era autodidata em diversos setores da produção cinematográfica."A Margem" conquistou prestígio com a crítica, numa intensidade que nunca se repetiu ao longo da carreira do cineasta, embora nos últimos anos ele tenha voltado a se tornar tema de retrospectivas, estudos e debates entre os críticos mais jovens. Candeias fez outros nove longas (o mais recente foi "O Vigilante", de 1992), dois médias-metragens, 11 curtas e quatro vídeos, de acordo com levantamento feito pelo curador e cineasta Eugenio Puppo, que elaborou um importante dossiê sobre Candeias (disponível no site www.heco.com.br/candeias). O cineasta nasceu em Mato Grosso do Sul, mas não sabia em que cidade. Era de uma família de viajantes. Radicou-se em São Paulo quando começou a se interessar por cinema e acabou se tornando um profissional requisitado no pólo de produção da Boca do Lixo. Dirigiu três longas para o ator David Cardoso (entre eles "A Herança", uma adaptação de "Hamlet", de Shakespeare, e "A Freira e a Tortura") e trabalhou como câmera e diretor de fotografia para diretores como Carlos Reichembach. Sua filmografia consta os sequintes longas-metragens: A Margem (1967); Trilogia de Terror (1968), com José Mojica Marins; Meu Nome É Tonho (1969); A Herança (1970), baseado em 'Hamlet' de Shakespeare; Zézero (1974); A Opção (1981); Manelão, o Caçador de Orelhas (1982); A Freira e a Tortura (1983), adaptação da peça de Jorge Andrade; As Belas da Billings (1987); O Vigilante (1992).

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