
Os cidadãos estão cada vez mais ocupando espaço dos jornalistas dos meios de comunicações em massa. Utilizando internet e o celular para transmitir e “noticiar” informações e fotos exclusivas e formar opinião, afirma o jornalista e escritor americano Dan Gillmor, autor do livro We the Media ("Nós, A Mídia"), que se tornou uma referência no estudo sobre como o jornalismo e a grande mídia estão se tornando obsoletos. Sites montados por cidadãos não formados em jornalismo vem conseguindo oferecer serviço público e, com eficiência. Muitos veículos tradicionais usam informações destes sites, diz Gilmor. Ele esteve em São Paulo e falou a jornalistas e críticos de mídia durante o Colóquio Latino-Americano sobre Observação da Mídia, que termina nesta quarta-feira [14]. Também foram enumerados alguns exemplos de serviços montados por cidadãos que competem - e até ganham - dos grandes veículos de comunicação em massa nos Estados Unidos, em um mercado com mais de 200 milhões de internautas - oito vezes o tamanho do Brasil . O Craiglist, site criado por um estudante universitário em 1995, é hoje a principal ferramenta de anúncios classificados dos Estados Unidos, com cerca de quatro bilhões de acessos por mês. A enciclopédia Wikipedia, fundada em 2001, é uma das mais consultadas da internet. Os verbetes são escritos e revistos pelos próprios internautas, em um dos projetos coletivos com maior participação na rede. O Backfence é um projeto em que os moradores escrevem reportagens e notícias sobre o que está acontecendo na comunidade. A iniciativa de cidadãos não formados em jornalismo, que funciona em alguns Estados americanos como Califórnia e Maryland, tem ocupado e, suprido lacunas de jornais locais. O conceituado diário francês Le Monde tem se adaptado à corrente do jornalismo dos cidadãos. O site do jornal oferece a possibilidade de seus leitores criarem blogs. Os melhores e mais lidos são chamados com destaque na capa do portal e alguns dos seus autores chegam a ser pagos para continuarem a escrever. Outra empresa que vem aos poucos abrindo espaço e estudos, a BBC, maior rede pública da Europa, [Grã-Bretanha], tem feito estudos sobre o jornalismo dos cidadãos. Durante eventos importantes, como os atentados de Londres de 2005, o portal publicou fotos do incidente tiradas pelos internautas. Recentemente, foi montado um projeto-piloto pela empresa com produção de informações exclusivamente por cidadãos. Segundo Vin Ray, diretor da Faculdade de Jornalismo da BBC, que esteve no colóquio em São Paulo, “Oitenta e cinco por cento dos britânicos consumem algum tipo de material da BBC ao longo da semana”,
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