Prédio da antiga Faculdade de Medicina da UFBA, localizado no Terreiro de Jesus, Centro Histórico de Salvador
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(Fotos: Manu Dias. Agecom) |
O Brasil viu a primeira escola de medicina surgir, em 1808, entre igrejas, conventos e casarões coloniais. O prédio da antiga Faculdade de Medicina da Bahia, situado no Terreiro de Jesus, foi o construído em 1905, após o incêndio do anterior, o Colégio dos Jesuítas, pelo engenheiro Teodoro Sampaio segundo projeto do arquiteto Victor Dubugras. Sua importância histórica foi reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPHAN), órgão vinculado ao Ministério da Cultura, que aprovou o tombamento do edifício. A homologação do tombamento, assinada pelo ministro Juca Ferreira, foi publicada nesta quinta-feira, 24, no Diário Oficial da União.
O tombamento reconhece o valor histórico do edifício e a história do ensino da medicina no país, além de seu valor artístico e arquitetônico. A proteção do bem significa impedir que ele desapareça, mantendo-o preservado para futuras gerações. O prédio está localizado no Centro Histórico de Salvador, reconhecido em 1985 como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura).
Os construtores
O arquiteto francês Victor Dubugras é considerado um dos precursores da arquitetura moderna na América Latina. Dubugras morou em Buenos Aires, na Argentina, e em 1890, quando chegou a São Paulo, até a década de 1930, quando encerrou a carreira, o arquiteto acompanhou os movimentos do ecletismo, art nouveau, neocolonial e modernismo. No prédio da Faculdade de Medicina da Bahia, Dubugras explorou a arquitetura clássica, de forma a estabelecer uma relação com o corpo remanescente do antigo Colégio dos Jesuítas, local que foi queimado e que deu origem ao espaço do prédio atual.
O engenheiro responsável pela obra, o baiano Theodoro Sampaio, nasceu escravo e foi alforriado no batismo, pelo seu pai. Sampaio foi geólogo, engenheiro civil, historiador, político, cartógrafo e urbanista. O engenheiro é considerado um importante personagem para o ciclo desenvolvimentista do Brasil da segunda metade do século 19 e início do século 20.
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