Tem certos filmes nacionais que para se encontrá-lo é preciso fazer uma prece ao santo de devoção, e ainda aguardar com muita paciência. Um exemplo o filme que vamos discorrer ao amigo internauta, “Caveira My Friend”.
Esta maravilha do cinema baiano foi lançado como parte integrante de uma caixa de DVD's comemorativo “Bahia, 100 Anos de Cinema”, de 2011 pela Secretaria de Cultura do estado. Álvaro Guimarães é o diretor de “Caveira My Friend” (1970). Este filme é bem contemporânea de “Meteorango Kid, Herói Intergalático” (1969), do magnifico André Luiz Oliveira. A temática de seu filmes, sempre são pais, chefes, padres, policiais. No entanto, apesar das semelhanças, batem a sineta do recreio em volumes diferentes.
“Caveira, my friend” tem comicidade à flor da pele além de atmosfera soturna. aliás, influências de Glauber aparecem de raspão em “Caveira”. Dado interessante, pois sabe-se que o movimento underground/“marginal”/experimental trabalhava numa frequência bem diferente do Cinema Novo. “Caveira...” faz alguma “crítica social” ao colocar a periferia de Salvador. Por instantes, está fora do eixo Pelourinho, em que gravita “Meteorango” e que aparece, via de regra, em “Caveira”.
Sinopse:
Caveira my friend caracteriza-se pelo rompimento dos postulados cinemanovistas em favor de um cinema livre de amarras ideológicas, propondo a iconoclastia e o desbunde como formas de contestação. A proposta está explícita na estrutura narrativa, desarticulada dos cânones tradicionais do desenvolvimento do discurso fílmico. Uma extensão, no plano cinematográfico, do trabalho teatral de Alvaro Guimarães, Caveira my friend tem uma tênue fábula (a ação dos assaltantes) que se estilhaça em planos contemplativos, nos quais a falta de perspectiva, o desânimo e as forças motrizes que regem o dínamo estrutural da ação e da inação, sístole e diástole.
O filme traça um panorama do que acontecia na época, sob o olhar supostamente provinciano, de cineasta nordestino. Álvaro Guimarães foi peça chave no reboliço do cinema baiano. Desgostoso com a repercussão de "Caveira my friend" houve comentários de que Álvaro Guimarães teria queimado sua única cópia de “Caveira my Friend” em plena Praça dos Três Poderes, Brasília, DF, em protesto contra a interdição pelos censores. Mas, Porém, uma cópia chegou às mãos do pessoal da Secretaria de Cultura da Bahia, e o filme foi inserido na caixa comemorativa aos cinema local. Guimarães era um homem de letras e do teatro. Mais parecia uma usina criativa, veio a faleceu em 2008. (MATÉRIA CORTESIA de Francisco Martins).
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