Algumas são infames, violentas e humilhantes. Os eleitos a participarem de câmeras escondidas são submetidos a falsos empregos e sequestros, tudo sem prévia consulta. Depois, autorizam a exibição da imagem em troca de míseros cachês que variam entre R$ 50,00 e R$ 100,00 .
Não tem como negar que as famigeradas pegadinhas, tornaram-se ao redor do mundo, uma garantia de audiência aos programas televisivos que enfrentam baixos índices na audiência. Cada país aborda um gênero de pegadinhas, em comum, a resposta imediata do público assistente. Os japoneses não somente são consumidores como os maiores produtores. Através do canal VH1, suas infames pegadinhas atingem Inglaterra, e chegam à Venezuela, Chile entre outros países.
EUA/Brasil
As celebridades do cinema e da música sempre caem nas pegadinhas do programa "Punke'd". O encarregado de colocar as mais bem pagas estrelas do show business mundial, é o ator Ashton Kutner, que apresenta "Punke'd para MTV norte-americana. As situações emblemáticas envolvendo tais celebridades tiram-nas do sério. Antes que a situação fuja ao controle, eis que surge o apresentador para tirar a celebridade da saia justa. Em nome do coleguismo, fica tudo em casa.
No Brasil, as pegadinhas também viraram mania nacional. A primeira investida de que se tem notícia aconteceu em 1965. "Câmera Indiscreta" era comandada pelo cineasta Roberto Farias. No princípio do "Domingão do Faustão", Rede Globo, várias câmeras indiscretas foram produzidas, até que optaram por uma fórmula mais barata, as vídeocassetadas que são enviadas pelo público ou capturadas na internet. O SBT também usou e abusou do gênero a partir do final dos anos 80 e, são exibidas até os dias atuais para o delírio de Senor Abravanel [Sílvio Santos}. Lá, foram criados verdadeiros ícones das pegadinhas: Gibi, Ruth Ronci [falecida], Celso Portiolli e o masoquista Ivo Holanda. O dublê de cantor e apresentador, Sérgio Mallandro, também se interessou pelo gênero. "As Pegadinhas do Mallandro", atualmente nos arquivos da Band, incomodaram muita gente, pasmem, até na audiência.
Tanto no Brasil quanto no exterior, não há nenhum cuidado dos produtores com a integridade física ou moral das vítimas. Pouco se importa se a 'brincadeira' é feita com arma de fogo ou branca; se a vítima fica nua ou suja em horário de trabalho. Vale tudo em nome da audiência. Porém, eles não podem arcar sozinhos com a culpa. O sadismo dos telespectadores aliado ao masoquismo dos participantes que sempre querem ver os outros por baixo, contribuem para este tipo de 'programa'.
História
Queiram ou não, a primeira pegadinha teve início com os escritos de Orson Wells, para Guerra dos Mundos, com transmissão pela CBS, em 30 de outubro de 1938. A "pegadinha" alertava para uma invasão extraterrestre, algo que deixou em pânico a civilização norte-americana. Em 1953, o maravilhoso roteiro de Orson Wells, foi levado à tela, tornando-se um cult do cinema mundial.
Candid Câmera
Porém, oficialmente, tudo começou dez anos depois da suposta invasão dos marcianos. Em 1948, inspirados no programa de rádio transmitido por Wells, foi criada a Candid Câmera. Pessoas eram flagradas em situações humilhantes em falsos testes de empregos e entrevistas. De lá para cá, além de ser aperfeiçoada, a pegadinha aumentou também o número de interessados na desgraça alheia.
Incidentes
Apesar das situações inusitadas, são poucos os acidentes. Porém, incidentes são comuns também aos 'atores' integrantes das pegadinhas. Corre um vídeo na rede, cuja autenticidade ainda não foi comprovada, onde uma brincadeira realizada com um ator dentro de uma lata de lixo culminou em sua morte. A brincadeira consistia em: uma pessoa jogava o lixo dentro da lixeira , e o ator o devolvia. Um policial civil não gostou da brincadeira e descarregou, um dos dois revólveres que usava, dentro da caixa de coletar lixo. "Se um indivíduo tiver um histórico de doença cardíaca poderá ter seu quadro alterado durante a pegadinha e poderá vir até a morrer", diz Elias Knobel, cardiologista. [Na foto, Gibi e Ivo Holanda].
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