
Luiz Augusto Horta Nogueira - ex-diretor técnico da ANP, Agência Nacional do Petróleo, de 1998 a 2003 – será o primeiro especialista a ocupar a Cátedra Memorial da América Latina. Programa acadêmico conjunto deste Memorial e das três universidades públicas paulistas, a USP, a Unicamp e a Unesp, a Cátedra nasce com a missão de analisar os desafios para a integração latino-americana. O projeto conta com o apoio das Secretarias de Estado de Cultura, de Ciência e Tecnologia e da Fapesp.
A indicação do professor Horta foi aprovada pela Comissão de Orientação da Cátedra Memorial da América Latina, em reunião na segunda-feira, 25 de setembro de 2006. Em seguida, nesse mesmo dia, ele foi apresentado aos participantes da cerimônia de adesão da Repsol YPF ao pool empresarial de apoiadores da Cátedra. Resta a liberação formal pela Universidade de Itajubá, MG, onde ele ministra aulas desde 1979 – o que deve ser decidido em breve - para que as atividades em São Paulo comecem.
O tema a ser desenvolvido pelo catedrático com um grupo de bolsistas é o da “Energia” e seu potencial para o desenvolvimento e integração do continente latino-americano. O professor Horta tem dedicado sua carreira à questão energética, tão fundamental para a vida contemporânea quanto repleto de conflitos. Contente com a sua nomeação, ele pretende integrar o Memorial e as universidades paulistas a instituições congêneres da América Latina muito conhecidas por ele. “Temos muito a ensinar e a aprender com elas”, disse.
O professor Horta é um especialista em planejamento energético formado pelo Instituto de Economia Energética, da Fundación Bariloche, instituição argentina na qual, posteriormente, ele lecionou por 16 anos. Seu doutorado, cuja tese defendida na Unicamp versava sobre "Análise do Consumo de Energia na Produção do Álcool de Cana de Açucar", tornou-se uma referência bibliográfica no setor. Veja abaixo um resumo do currículo do professor Horta.
Um dos eixos de sua reflexão é quanto às oportunidades e desafios proporcionados pelo etanol. Com o aumento do preço do barril de petróleo (e sua escassez cada vez mais próxima), o biocombustível torna-se uma opção atrativa. Os EUA, por exemplo, planejam misturar 5% de biocombustível na gasolina. Ora, o Brasil é pioneiro nesse campo, com o Pró-álcool desde os anos 80. “É o trem da história passando”, comentou Sérgio Robles Reis de Queiroz, representante da Secretaria de Ciências e Tecnologia na Comissão de Orientação da Cátedra. Segundo ele, seria vantajoso para o Brasil não apenas exportar mais etanol mas também se tornar um grande fornecedor de tecnologia e equipamentos para outros países que quiserem produzir seu próprio biocombustível.
Em sua fala na solenidade de assinatura do Termo de Cooperação entre o Memorial e a Repsol, o reitor da Unesp Marcos Macari ressaltou que cabe à nossa geração “resolver os problemas energéticos que se avolumam”. Segundo ele, “a América Latina tem a vantagem de ser auto-sustentável no campo energético.”
Créditos:
[Foto Professor Horta ]
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