A cineasta Anna Muylaert, 52, sente-se feliz por ter sido convidada a se juntar à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar – mas mantém os pés firmes no chão.
Anna Muylaert, diretora de cinema |
Ciente de que seu convite, feito pela instituição na última quarta-feira (29), faz parte de uma iniciativa para tornar a Academia mais inclusiva para mulheres e negros, a diretora de Que Horas Ela Volta? (2015) vê o Oscar com olhar crítico.
"Ele - o Oscar-, tem notoriedade, então, com credibilidade ou sem, é o empreendimento mais importante do mundo", conta em entrevista ao HuffPost Brasil. "Não importa se ele tem credibilidade, ele lida com a notoriedade mesmo."
A paulistana Anna Muylaert não é a única brasileira a ter recebido o convite. Também foram chamados, entre outros, Alê Abreu, indicado em 2015 pela animação O Menino e o Mundo; Rodrigo Teixeira, produtor da RT Features, responsável por filmes como A Bruxa (2015) e Frances Ha (2012); e Lula Carvalho, diretor de fotografia de Tropa de Elite (2007) e da série Narcos. Um total de 683 artistas receberam o convite no último dia 29. Ao ver seu nome citado entre centenas, a diretora não acreditou.
"Imagino que eles farão isso agora durante uns anos. Como neste ano [a quantidade de mulheres na Academia] passou a ser 27%, provavelmente no ano que vem eles convidarão mais. Assim você tem uma votação mais equilibrada", diz.
Apesar disso, a cineasta – que atualmente trabalha na divulgação de seu novo filme, Mãe Só Há Uma – vê o convite com bons olhos.
Seu mais recente filme estreia em 21 de julho – e já venceu o prêmio da revista Männer, da mostra de temática LGBT Teddy, no Festival de Berlim, no início de 2016.
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