O músico pernambucano estava internado no Hospital Unimed, no Recife, desde o dia 29 de fevereiro. Ontem, a imprensa local chegou a noticiar que Naná havia deixado a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da instituição, mas seu estado de saúde voltou a se complicar. Naná Vasconcelos descobriu o câncer no ano passado, quando ficou mais de 20 dias internado para tratamento. Depois, passou por sessões de quimioterapia e, mesmo com a saúde debilitada, chegou a produzir um último trabalho com Zeca Baleiro e Paulo Lepetit, o Café no Bule.
Era o melhor do mundo
Juvenal de Holanda Vasconcelos, ou Naná Vasconcelos, nasceu no Recife em 2 de agosto de 1944. O pai, músico, lhe passou o gosto pela arte e o filho começou cedo. Aos 12 anos já se apresentava em bares e participava de grupos de maracatu locais. Ele aprendeu primeiro a tocar bateria. Depois, berimbau e não parou mais: ao longo da carreira, uma das características da sua percussão era usar qualquer objeto que produzisse um som interessante para compor seus trabalhos.
Começou a ser conhecido nacionalmente quando mudara-se para o Rio de Janeiro, nos anos 60, e tocar com o mineiro Milton Nascimento e o também pernambucano Geraldo Azevedo. Em seguida, sua carreira deslanchou no exterior. Morou nos Estados Unidos e na França e realizou, inclusive, trilhas sonoras para filmes, o que lhe rendeu oito Grammys, um dos maiores prêmios de música do mundo.
Eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista americana Down Beat, Naná Vasconcelos chegou a fazer parcerias com artistas como B.B. King e Ella Fitzgerald.
Fruto do aprendizado informal da música, sem nunca ter cursado nível superior, em dezembro de 2015, o artista recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
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